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Bloco “Baianas Ozadas” mistura a harmonia mineira com a essência baiana no carnaval de BH

29/01/2020 às 14:00
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5 min

Dorival Caymmi, Riachão, Dodô e Osmar, Moraes Moreira, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Olodum, Ilê Aiyê, Timbalada, Banda Eva, Bamdamel, Cheiro de Amor, Asa de Águia, Ivete Sangalo, Saulo, Psirico e Léo Santana. Esses nomes te fazem lembrar de alguma coisa? Esses artistas fazem parte do repertório do Bloco Baianas Ozadas, que sai às ruas de Belo Horizonte na segunda-feira de carnaval. 

Criado em 2012, esse bloco “mineiro baiano” traz às ruas ritmos, sotaques e alegria. Com sons e muito axé eles misturam a harmonia mineira com a essência baiana, acompanhado por saias, turbantes e balangandãs. 

Em entrevista exclusiva ao portal Mais Minas, Geo Cardoso, idealizador e vocalista do bloco conta um pouco mais sobre a trajetória do “Baianas Ozadas” e explica a mistura de estados e ritmos.

 

 

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A Bahia em Minas Gerais

Idealizador do bloco, Geo Cardoso é nascido em Ilhéus, na Bahia e hoje é morador de Minas Gerais, na capital do estado. A ideia de criação veio em 2012, inicialmente para colocar os amigos vestidos de baianas para invadir o antigo bloco “Cacete de Agulha”.

Através da ideia é que surgiu o nome “Baianas Ozadas”, pessoas vestidas como baianas, entrando de maneira ousada em outro bloco. “O ‘ozadas’, grafado desta forma é como os baianos pronunciam” explica Geo.

Um ano depois, em 2013, “Baianas Ozadas” passou a ser um bloco de fato e ensaiava sua primeira bateria para então desfilar pelas ruas de Belo Horizonte e fazer o seu cortejo, que hoje, embala milhões de foliões.

Além da história contada por Geo, a proposta veio também de uma lembrança muito íntima e particular. De acordo com ele, a proposta de trazer a Bahia para Minas surgiu de forma natural. “Por ser um folião do carnaval baiano, por ter tido contato com o maior bloco que existiu na minha cidade, Ilhéus, ainda na década de 90. Eu passava férias lá e em época de carnaval a casa de minha tia vivia movimentada por primos e amigos. Meu tio era um dos diretores do bloco. Acredito que isso de certa forma influenciou bastante, sem eu saber o que o futuro reservava”, explica.

O idealizador afirma ainda que o público mineiro sempre foi consumidor do carnaval e da música baiana, o que fez com que o bloco crescesse e se tornasse sucesso em tão pouco tempo.

A mistura de ritmos

Bloco "Baianas Ozadas" mistura a harmonia mineira com a essência baiana no carnaval de BH

Baianas Ozadas no carnaval de 2019 – Crédito da foto: Mais Minas

“Acredito que musicalmente a Bahia tem muito da influência e referência dos músicos daqui. A música mineira é cheia de harmonia, com melodias bem construídas”, fala Geo sobre a mistura de ritmos do Baianas. 

De acordo com o idealizador, o arranjo trazido pelos músicos do “Baianas Ozadas” traz muito da música mineira e do Olodum, que fazia parte do carnaval da Bahia nos anos 90. Nomeado como “axé music”, de acordo com Geo o ritmo do bloco possui uma forte marca de “mineiridade”, explicando ainda que o bloco “Tem forte influência da Bahia, claro, mas tem muito de Minas também”. 

Baianas Ozadas e o carnaval de 2020

Assim como o bloco “Garotas Solteiras“, o Baianas também homenageia a cada ano um nome ou movimento da sua cultura. Para 2020 o homenageado é o artista Gilberto Gil e a temática será “Realce – quanto mais ozadia melhor”.

Gilberto Gil é um grande nome da Música Brasileira e é natural de Salvador, na Bahia. Entre sua história no ramo musical está os festivais, a Tropicália, o exílio, a resistência, o engajamento político e as premiações. Gil foi, e ainda é, nome importante no cenário não só musical, mas também brasileiro em movimentos de repressão e resistência.

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Além da temática de 2020, o bloco levará para Belo Horizonte uma programação com “Os Baianinhas“, a ala infantil do carnaval e logo depois a lavagem das escadarias da igreja São José, “que já virou uma tradição no carnaval de Belo Horizonte, que o Baianas realiza” explica Geo. 

A concentração continua no mesmo local dos últimos anos: na Avenida Afonso Pena, em frente a Igreja São José.

E assim, para finalizar a entrevista, o idealizador e vocalista do bloco expressa sua admiração pelo carnaval da capital mineira, “O bacana do carnaval de BH é ser diverso, plural. Tem bloco para todo tipo de gosto e isso faz dele uma festa acolhedora”.

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